São Carlos avança no saneamento com tecnologia de ponta na ETE Monjolinho
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Monjolinho, localizada em São Carlos (SP), destaca-se pelo uso de tecnologias avançadas voltadas para a preservação ambiental e a promoção da saúde pública. A unidade adota processos que asseguram a remoção eficiente de contaminantes presentes no esgoto, impedindo que agentes como matéria orgânica, fósforo, vírus e bactérias sejam lançados nos corpos d’água da região. Essa atuação é essencial para evitar a degradação dos recursos hídricos e garantir a qualidade ambiental.
O esgoto não tratado compromete significativamente os ecossistemas aquáticos, uma vez que a matéria orgânica nele contida consome o oxigênio dissolvido na água, afetando a fauna local. O fósforo, por sua vez, é responsável pela eutrofização, fenômeno que estimula o crescimento descontrolado de algas, causando desequilíbrios ecológicos. Além disso, a presença de microrganismos patogênicos no esgoto sem tratamento representa uma ameaça direta à saúde pública, favorecendo a disseminação de doenças.
No âmbito tecnológico, a ETE Monjolinho se destaca pela adoção de um processo que se inicia com o tratamento preliminar, onde são removidos resíduos sólidos como areia, plásticos e gorduras. Na sequência, o esgoto passa por um tratamento biológico anaeróbico, no qual bactérias específicas decompõem a matéria orgânica, gerando como subprodutos o biogás e o lodo. A grande inovação, no entanto, reside na etapa de flotação por ar dissolvido, que promove a remoção de partículas remanescentes por meio de processos físico-químicos de coagulação, floculação e flotação, com o apoio de reagentes químicos.
Outro destaque da estação é o sistema de secagem de lodo, que utiliza o biogás gerado internamente como fonte de energia, tornando o processo mais sustentável e eficiente. Esse sistema permite reduzir em até 80% o volume de lodo, com estudos em andamento para avaliar sua utilização agrícola como fertilizante orgânico. Atualmente, a ETE Monjolinho opera com uma capacidade de tratamento de aproximadamente 695 litros por segundo, com eficiência superior a 90% na remoção de matéria orgânica. A expectativa é que, até 2055, essa capacidade seja ampliada para 1.270 litros por segundo, acompanhando o crescimento populacional projetado para a cidade.