Verão amazônico e El Niño provocam maior seca do Rio Negro
O Rio Negro atingiu a marca histórica de 13,59 metros no último dia 16 de outubro, o que representa a seca mais severa desde que foram iniciadas suas medições hidrográficas, segundo dados divulgados pelo Porto de Manaus. "O nível grave, acentuado pela pior seca da história na capital manauara é um indicativo do evento climático extremo enfrentado pela Amazônia. Ações capazes de amenizar a situação poderiam ter sido implementadas", diz Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil.
Especialistas alertam desde julho que o verão amazônico- somado com o fenômeno El Niño provocaram este cenário de estiagem na maior bacia fluvial do mundo. "É fundamental acelerar ações humanitárias dos governos para as populações da região em estado de vulnerabilidade social", reforça Batista. "É necessário que os entes governamentais atuem com máxima urgência, pois faltam alimentos, água e auxílio médico para essas populações".
O porta-voz do Greenpeace Brasil afirma ainda a urgência de implementação de políticas públicas e ações que priorizem melhorias para a condição de vida das populações mais impactadas pelos eventos extremos decorrentes da crise climática. "Não tem como falar em crise do clima sem falar de justiça social", reforça ele. Neste momento de emergência, o Greenpeace Brasil trabalha com parceiros para levar itens de primeira necessidade para as vítimas da seca extrema e prolongada na Amazônia. A campanha de arrecadação do Greenpeace, denominada Asas da Emergência, já arrecadou mais de 3 toneladas de alimentos às populações do Médio Solimões. Os recursos reunidos estão sendo destinados à compra e entrega de suprimentos emergenciais, como alimentos e água para populações vulnerabilizadas pela seca – em especial povos indígenas e comunidades ribeirinhas.