Brasil desperdiça quase oito piscinas olímpicas por dia
Segundo dados de estudo do Instituto Trata Brasil, o Brasil perde um volume equivalente a 7,6 mil piscinas olímpicas de água tratada diariamente devido a vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), através da Portaria 490/2021, estabelece que o nível aceitável de perdas na distribuição deve ser de, no máximo, 25%. Entretanto, a média nacional é de 37,8%, o que indica que uma parte significativa do recurso é perdida nos sistemas de distribuição antes de chegar às residências.
Dentre os estados brasileiros, sete desperdiçam mais da metade da água produzida: Amapá, Acre, Rondônia, Roraima, Sergipe, Maranhão e Amazonas, localizados nas regiões Norte e Nordeste, que sofrem com maiores disparidades e desafios nos serviços de saneamento básico. Os dados apresentados são os mais recentes disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), ano-base 2022.
Além de ser essencial para o abastecimento de água a mais habitantes, a redução das perdas, especialmente em um cenário de mudanças climáticas constantes, geraria um menor impacto sobre as fontes de abastecimento hídrico. Isso porque atualmente se capta mais água do que efetivamente chega à população. Além disso, com a redução de perdas, os custos para mitigar os impactos negativos dessa atividade seriam reduzidos. O ano de 2025 marca o início dos mandatos dos prefeitos eleitos nas eleições municipais, e cabe aos municípios identificar e planejar melhorias nos serviços de saneamento básico. A eficiência no controle de perdas de água deve ser uma prioridade para os gestores públicos, uma vez que é um pilar importante para alcançar a universalização do saneamento.