O Fundo Vale, associação civil sem fins lucrativos mantida pela Vale, a Microsoft e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lançaram recentemente a ferramenta PrevisIA, que antecipa informações de regiões com maior risco de desmatamento e incêndios na Amazônia por meio de Inteligência Artificial (IA). A tecnologia visa ajudar a proteger a floresta amazônica durante a estação de seca e foi apresentada em um evento virtual com a participação de Hugo Barreto, diretor de Sustentabilidade e Investimento Social da Vale; Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil; e Carlos Souza Jr., pesquisador associado do Imazon.
A PrevisIA analisará dados como topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana, estradas oficiais e não oficiais e dados socioeconômicos para identificar possíveis tendências de conversão da floresta pelo desmatamento. Com recursos avançados de nuvem de computadores da Microsoft Azure e com o algoritmo de IA desenvolvido pelo Imazon para detectar estradas em imagens de satélites, a solução aperfeiçoou o modelo de risco de desmatamento para identificar os diferentes tipos de territórios ameaçados pelo desmatamento na Amazônia, incluindo Terras Indígenas e Unidades de Conservação. “O grande avanço deste projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de Tecnologia da Informação para facilitar o engajamento de diversos usuários na prevenção e controle do desmatamento da Amazônia”, afirmou Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon.
As informações serão divulgadas publicamente e poderão ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e execução de ações preventivas, de combate e controle do desmatamento. A iniciativa faz parte da estratégia da Vale de tornar-se carbono neutra em 2050. A empresa já contribui para proteger quase 1 milhão de hectares de florestas no mundo, dos quais 800 mil na Amazônia, e anunciou recentemente que pretende recuperar e proteger mais 500 mil hectares de mata nativa até 2030. E a ferramenta de Inteligência Artificial poderá ajudá-la a atingir a meta florestal. “O sistema tem potencial de ser usado também para avaliar áreas de restauração florestal e vulnerabilidade ao fogo, ajudando a produzir dados mais concretos para arranjos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação), que poderão ser adotados pela Vale em mercados de créditos de carbono”, explica a diretora de Operações do Fundo Vale, Patrícia Daros. No ano passado, a companhia lançou o Manifesto Amazônia, no qual reafirma os compromissos de promover o desenvolvimento sustentável na região.
Há um ano e meio, a Microsoft anunciou o seu compromisso de ser carbono negativo, positivo para a água e de criar um “computador planetário” para coletar dados que ajudarão a melhorar a biodiversidade mundial, e a PrevisIA é uma das iniciativas apoiadas pela Microsoft que utiliza imagens de satélite da European Space Agency para, com inteligência artificial de reconhecimento de imagem, gerar as previsões de desmatamento. “Na Microsoft, acreditamos que a Inteligência Artificial pode auxiliar a resolver desafios do planeta e da sociedade. Como parte do nosso compromisso com a biodiversidade, assumimos a responsabilidade pela nossa pegada na Terra e há alguns anos lançamos o programa AI for Good, onde disponibilizamos US$ 165 milhões, durante o período de cinco anos, para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs. As iniciativas desse projeto são divididas em cinco pilares. Um deles é o AI for Earth, do qual, entre as ações apoiadas no Brasil, consta a parceria com o Fundo Vale e o Imazon”, destaca Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil.