Indústria química participa de acordo global

04/06/2023
A Abiquim está levando a posição do setor e contribuições técnicas sobre o tema.

 

Representantes e empresas da indústria química brasileira iniciaram em 29 de maio debate em torno de um acordo global para eliminação da poluição plástica, através do Second Session of the Intergovernmental Negotiating Committee on Plastic Pollution (INC-2) e da qual a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) está presente enquanto membro acreditado na UNEP (United Nations Environment Program). O evento segue até 2 de junho na sede da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em Paris. A Abiquim está levando a posição do setor e contribuições técnicas sobre o tema, que possam subsidiar as discussões e a posição do governo brasileiro sobre o acordo. André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, afirmou que a entidade tem como objetivo dialogar e contribuir ativamente para o tema, lembrando que já faz isso junto aos representantes do governo brasileiro no sentido de adotar um instrumento que seja adequado à realidade de cada País. No primeiro dia, a Abiquim manteve conversas bilaterais com a delegação brasileira, acompanhados pelo ICCA (International Council of Chemical Associations) que apresentou a posição global da indústria química. 

 

A Abiquim apresentou a posição da indústria química brasileira e destacou os seguintes pontos : Impulsionar a produção sustentável por meio do aumento do uso de matérias-primas circulares e, em particular, matérias-primas derivadas de resíduos plásticos para a produção de plásticos. Segundo a Abiquim, isto pode acontecer com a criação de sinais de demanda de mercado por meio de metas de reciclagem nacionais/regionais; por exemplo, taxas de reciclagem junto com metas de conteúdo reciclado em aplicações, o que alavancaria o investimento e as inovações no mercado - inclusive na infraestrutura de gerenciamento de resíduos - e direcionaria fluxo de capital para modelos de negócios mais sustentáveis;

 

Outro ponto é o design usando princípios de circularidade (por exemplo, para coleta, reutilização e reciclagem); Incentivar o consumo sustentável de plásticos por meio da aplicação de uma metodologia baseada na ciência - por exemplo, uma árvore de decisão - para identificar e abordar usos finais desnecessários de plásticos (aplicações/produtos) em nível local e estimular os governos a estabelecer planos de ação nacionais de gestão de resíduos e permitir políticas para impulsionar o estabelecimento e a aceleração da infraestrutura de gestão de resíduos, incluindo coleta, classificação, reciclagem e descarte seguro de resíduos. O Governo brasileiro é quem vota na elaboração do acordo. 

 

Segundo Passos, no Brasil, a Abiquim conta com apoio de todas as empresas associadas trabalhando ativamente nessa temática, com a implantação e constante renovação do Programa Atuação Responsável, principal iniciativa da Abiquim para promover ganhos em relação ao meio ambiente, saúde e segurança, tendo a sustentabilidade como um dos fundamentos de sua atuação. As primeiras discussões para a construção do acordo aconteceram no INC1 (Intergovernmental Negotiating Committee on Plastic Pollution 1), realizada entre novembro e dezembro do ano passado, no Uruguai, onde a Abiquim, juntamente com o ICCA (International Council of Chemical Associations), reconheceu e apoiou a construção do acordo internacional, visto a importância da ação não apenas para a própria cadeia de economia circular proposta pela indústria química brasileira, mas também como importante contribuição para a sociedade como um todo.

 

A Abiquim enxerga a assertividade da resolução para estabelecer um acordo global para eliminação da poluição plástica, inclusive no ambiente marinho. A medida tem como prazo 2024 e foi aprovada durante a 5ª Sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2), em março de 2022, e conta com a participação de todas as partes interessadas no tema, incluindo governos, setor privado (considerando toda a cadeia do plástico), ONGs e comunidade científica e a própria Abiquim.