União Europeia e China reafirmam compromisso de cooperação climática
A União Europeia e a China emitiram declaração conjunta onde reafirmam compromisso com a cooperação climática, o comércio verde e o Acordo de Paris. Em meio às crescentes tensões geopolíticas, a declaração posiciona a ação climática como uma área crucial para a colaboração contínua entre duas das maiores economias do mundo. O anúncio ocorreu após uma visita de alto nível a Pequim da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa, que se encontraram com o presidente chinês, Xi Jinping, e outras autoridades. À medida que os Estados Unidos se afastam da diplomacia climática internacional, a declaração UE-China sinaliza uma clara intenção de reforçar a ambição global e a cooperação multilateral.
A declaração ocorre apenas um dia após o Tribunal Internacional de Justiça proferir uma decisão histórica reforçando as obrigações legais dos Estados de proteger as pessoas dos impactos das mudanças climáticas. Os principais elementos da declaração conjunta UE-China incluem: A UE e a China apelam à “continuidade e estabilidade das políticas” entre as principais economias e a um claro “intensificar” os esforços para enfrentar as alterações climáticas, sinalizando a necessidade de NDCs (Convenções Nacionais de Desenvolvimento) mais ambiciosas para 2035. Ambas as partes confirmam a sua intenção de apresentar NDCs (planos climáticos nacionais) atualizados para 2035 antes da COP30, abrangendo todos os setores e gases com efeito de estufa, em consonância com a meta de 1,5°C.
Além disso, as partes reafirmam a UNFCCC e o Acordo de Paris como a pedra angular da cooperação climática internacional e ressaltam que a colaboração climática tem “grande e especial importância” para a defesa do multilateralismo e da governação climática global.
União Europeia e China observam uma “base sólida e amplo espaço” para aprofundar a cooperação verde, mesmo em meio ao aumento das tensões comerciais e comprometem-se a reforçar a cooperação bilateral em áreas como a transição energética e a economia verde. "Esta declaração conjunta oferece um sinal oportuno de estabilização em um cenário geopolítico cada vez mais fragmentado e na retirada dos Estados Unidos da diplomacia climática. Embora esta declaração reflita uma disposição bem-vinda para a cooperação, ações reais e ambiciosas devem ser tomadas. A ambição atual continua muito baixa. Com a COP30 se aproximando rapidamente, a UE e a China devem ir além do compromisso de atualizar suas metas climáticas. Traçar o limite para o aquecimento global em 1,5°C exigirá ações urgentes e confiáveis, não apenas simbolismo diplomático”, disse Andreas Sieber, Diretor Associado de Políticas e Campanhas da 350.org.