Maceió lidera ranking negativo de saneamento básico no Brasil

11/05/2025
A capital alagoana enfrenta sérios desafios com apenas 28% da população atendida
por rede de esgoto, segundo o Instituto Trata Brasil

Apesar de ser conhecida como "Paraíso das Águas" por suas belas praias e paisagens naturais, Maceió enfrenta sérios problemas no setor de saneamento básico. De acordo com o Ranking Nacional do Saneamento 2024, elaborado pelo Instituto Trata Brasil, a capital alagoana ocupa a 89ª posição entre os 100 maiores municípios do país, sendo a pior entre as capitais brasileiras. Apenas 28% da população possui acesso à coleta de esgoto, e cerca de 13,7 mil
metros cúbicos de esgoto são despejados na natureza sem tratamento adequado.
O investimento em saneamento na cidade é preocupantemente baixo. Maceió destina, em média, R$ 62,78 por habitante ao ano para o setor, ficando atrás de outras capitais nordestinas como Fortaleza (R$ 125,27) e Natal (R$ 217,44). Esse cenário contrasta com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico, que prevê, até 2033, 99% da população com acesso à água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto.
Apesar dos desafios, há sinais de progresso. A BRK Ambiental, responsável pelos serviços de água e esgoto em Maceió, afirma ter investido significativamente na infraestrutura local. A empresa estabeleceu metas ambiciosas: universalizar o serviço de água até 2027 e alcançar 90% de cobertura de esgotamento sanitário até 2037. Além disso, Maceió se destacou no Ranking de Perdas de Água 2024 do Instituto Trata Brasil, sendo a segunda melhor do Brasil na redução de perdas de água potável nos últimos cinco anos, alcançando um índice de 36,05% em 2022.
Para que Maceió deixe de figurar entre as piores cidades em saneamento básico, será necessário um esforço conjunto entre autoridades, empresas e sociedade civil para acelerar os investimentos e implementar soluções eficazes. A universalização do saneamento não apenas melhorará a saúde pública, mas também impulsionará setores como educação, turismo, setor imobiliário e emprego em Alagoas. Estudos indicam que cada real investido em saneamento gera R$ 8,50 em ganhos sociais,
ressaltando a importância de priorizar esse setor para o desenvolvimento sustentável da região.