Um levantamento recente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) prevê um crescimento de 20% para a indústria de cloro-álcalis em 2022 na comparação com o último ano. Um dado que corrobora essa estimativa de melhora da produção este ano é o consumo de energia pelas plantas industriais, que cresceu 14,9% no primeiro semestre, conforme levantamento recente da CCEE. “Muitas das nossas plantas usam energia produzida por fontes renováveis e que não estão contempladas no dado da CCEE, assim o incremento de produção deve ficar na faixa de 20% ou um pouco mais”, afirma Milton Rego, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).
O setor de cloro-álcalis tem recuperado os níveis de 2018, anteriores à pandemia. Com o retorno da produção de plantas que foram paralisadas, a taxa de uso da capacidade instalada voltou a ficar acima de 80%, depois de a indústria ter registrado em 2021 uma taxa média de 65,9%. A expectativa é que a oferta de produção cresça com os investimentos em saneamento, para fazer frente às metas de universalização de água tratada e coleta de esgoto previstas no Marco do Saneamento. “Se tudo correr bem, a partir de 2023 vamos ter um aumento da demanda por cloro, pois as companhias privatizadas vão começar a investir na ampliação das redes de água e esgoto dos domicílios”, explica o presidente da Abiclor.
Para cumprir as metas de universalização dos serviços de água e esgoto até 2033, como prevê o Marco Legal do Saneamento, a indústria de cloro-álcalis precisa ampliar em cerca de 40% a sua capacidade instalada, o que representa um acréscimo na produção de aproximadamente 600 mil toneladas. Além de seu uso mais conhecido, o tratamento de água, o cloro é utilizado na fabricação de PVC (policloreto de vinila), material de que são feitos os tubos e conexões para transportar água encanada e conduzir esgoto.