A Hydro Alunorte investiu aproximadamente R$ 42 milhões em uma caldeira elétrica com o objetivo de mudar a matriz energética da refinaria de alumina, localizada no município de Barcarena (PA). A Hydro espera tornar as operações da empresa neutras em emissões de carbono até 2050.
A capacidade nominal de geração da nova caldeira é de aproximadamente 95 toneladas de vapor por hora, consumindo 60 MW e com potencial para redução na ordem de 100 mil toneladas de CO2 por ano. O projeto foi desenvolvido durante 20 meses e, inicialmente, o equipamento irá operar com energia comprada do mercado.
A Hydro avalia investir em energias limpas através de joint ventures e compras a longo prazo. Além disso, a empresa estuda a adição de mais duas caldeiras elétricas, com expectativa de iniciar a operação em 2024. “A inovação e o desenvolvimento de tecnologia são os principais facilitadores dos processos livres de CO2. Nossas ambições para o futuro são de reduzir nossas próprias emissões globalmente em 10% em 2025 e 30% em 2030. Este projeto tem papel importante na estratégia climática global da companhia”, afirmou Carlos Neves, diretor de operações de Bauxita & Alumina, da Hydro.
A Alunorte utiliza um capacitador-chave que está alinhado à estratégia climática global da Hydro e das metas da empresa até 2050. Para tanto, também está em andamento um projeto focado na substituição do óleo combustível por gás natural na refinaria. Em 2021, a Hydro anunciou R$ 1,3 bilhão em projeto para implementar gás natural liquefeito (GNL) na Alunorte. A empresa assinou contrato com a New Fortress Energy (NFE) com o objetivo de receber fornecimento de GN por 15 anos.
Com base nisso, a Alunorte está sendo preparada para a troca de combustível, investindo ainda mais na refinaria para adaptar o processo de calcinação e parte da geração de vapor para passar do óleo combustível ao gás natural como fonte de energia. Ele será iniciado no primeiro trimestre de 2022 e tem a previsão de entrar em operação em 2023. Outra inciativa renovável é o estudo para uso do caroço de açaí como biomassa. O resíduo do açaí será misturado ao carvão mineral para uso como combustível nas caldeiras da Alunorte. O projeto é desenvolvido em parceria com a Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará (UFPA). Com duração de um ano e investimento de cerca de R$ 500 mil, a pesquisa analisará os requisitos técnicos e econômicos para uso do caroço em escala industrial, além de estudar o aspecto social e ambiental da biomassa como um combustível renovável. O Pará lidera a produção e a exportação mundial da polpa de açaí e alcançou a produção de cerca de 1,1 milhão de toneladas do fruto em 2019, segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Pará (Sedap).
Em 2021, a Hydro anunciou também pesquisa sobre o uso de placas solares em sua mina de bauxita em Paragominas (PA). A UFPA realizará estudos com sistema fotovoltaico flutuante em tanques de testes na Mineração Paragominas. A Hydro quer reduzir a evaporação da água dos reservatórios da planta, além de oferecer uma nova fonte de energia capaz de atender parte do consumo próprio da mina. O investimento inicial no projeto é de cerca de R$ 1 milhão e a pesquisa tem duração de dois anos.