Por Marco Dutra *
Conhecido pela abundância dos recursos hídricos, o Brasil tem vivido períodos de escassez. O país enfrenta uma situação crítica com o menor nível de chuvas dos últimos 91 anos, com reflexos na retomada da economia e em outros setores importantes, a exemplo do elétrico e da agricultura. As transformações no meio ambiente, impulsionadas pelo avanço da globalização, têm causado inúmeras mudanças climáticas, ocasionando em baixas precipitações pluviométricas, aumento das estiagens e secas, assim como os desastres provocados pela natureza.
No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado dia 5 de junho, somos convocados a reduzir o nosso consumo para mitigar a possibilidade de racionamento. O que nos faz lembrar da finitude dos recursos naturais - motivo que por si só reforça o uso mais racional da água e da energia.
Só a mudança de hábitos dos brasileiros pode mudar esse cenário, inclusive na decisão de compra do consumidor, por meio da escolha de produtos eficientes que geram redução de consumo e despesas. É evidente e primordial que os setores da economia incrementem investimentos na área socioambiental e de governança (ESG).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o setor agrícola consome 70% de água, a indústria 22% e o uso residencial 8%. Segundo o boletim anual de mercado da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL), divulgado neste ano, 32% de toda a energia do País é consumida por grandes indústrias, comércios e empresas ligadas em média e alta tensão, que precisam urgentemente mudar sua matriz de energia por fontes renováveis, bem como buscar soluções em máquinas e equipamentos mais econômicos.
As instituições, juntamente com a população, precisam se empenhar para evitar desperdícios. A ONU (Organização das Nações Unidas) prevê que, em 2030, a sociedade precisará de 40% a mais de água e 50% a mais de energia. A responsabilidade por um mundo mais sustentável, em prol das gerações futuras, é dever de todos.
Menos gastos dos recursos hídricos podem produzir mais riqueza na economia. É o que afirma um estudo elaborado no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA). Na contramão do mundo, o país desperdiça 39,3% de água potável, devido a perdas no sistema de distribuição, conforme o levantamento divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2019). Já a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2017 do IBGE revela também que o consumo pelo brasileiro supera a média mundial em 30 litros.
Assumir a agenda da sustentabilidade é se comprometer com a economia e com o planeta. Seja a diferença!
* Marco Dutra é Diretor da Kärcher no Brasil