Agricultura tenta minimizar impactos

11/06/2021
"A crise hídrica deve ser observada com atenção pelas autoridades e medidas deverão ser tomadas, como a revisão das altas taxas de energia"

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio de Salles Meirelles, disse que o avanço da crise hídrica e as incertezas quanto ao aumento na conta de energia acenderam novo alerta para os agropecuaristas paulistas. O agronegócio oferece sustentação ao PIB e à balança comercial, além de garantir o abastecimento da população sem interrupções, mesmo com tantos desafios, como a instabilidade de clima e aumento do custo da energia. "Em 2020, fomos responsáveis por um volume bruto de produção de R$ 1,7 trilhão", revela Meirelles. 

A preocupação com a crise hídrica redobra a atenção quanto ao uso da água e sua distribuição no campo, com o objetivo do setor de não ter que interromper o abastecimento, nem ficar refém das altas taxas de energia. "Os reajustes batem na cadeia produtiva e se estendem ao consumidor, que é quem compra carne no açougue e o arroz e feijão no mercado e fica com a conta final. A crise hídrica deve ser observada com atenção pelas autoridades e medidas deverão ser tomadas, como a revisão das altas taxas de energia, por exemplo, para não causar o encarecimento dos alimentos", explica Meirelles. 

A agricultura paulista tem modernizado e debatido métodos de irrigação, além de ampliar a utilização de energia fotovoltaica. O objetivo com as medidas é um uso consciente e responsável de água e energia justamente para otimizar as operações agrícolas e melhor aproveitar cada cultura. A Faesp promove as boas práticas do uso da água e vem realizando esforços para tornar a tecnologia mais acessível aos produtores paulistas. Nesse sentido, desenvolve comunicação assertiva com os sindicatos rurais, de modo a aperfeiçoar as atividades de irrigação, além de outras modernidades, visando garantir maior produção para o agropecuarista. "O planejamento dentro da porteira é essencial, mas as autoridades precisam estar atentas e oferecer apoio para amenizar o impacto da seca, falta de chuvas que, somados à crise energética, poderão atrasar a próxima safra", finaliza Meirelles. 

A Faesp tem investido na irrigação inteligente com tubulações subterrâneas para gerar o gotejamento de forma localizada capaz de fornecer água a um perímetro delimitado sem desperdícios. A atividade ajuda a otimizar a plantação a obter melhores resultados, garantir o escoamento certeiro da água para as raízes das plantas, maior absorção da água e eliminando desperdícios. Outra tecnologia encontra no céu a fonte de energia. Os sistemas fotovoltaicos também ajudam a reduzir os gastos. Segundo dados de 2020 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o setor rural responde por 13,2% da potência instalada no Brasil e os investimentos nas propriedades passam de R$ 1,7 bilhão.