Por Luiz Gonzaga Alves Pereira *
No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre) deseja expressar sua imensa tristeza pela degradação. Por isso, não deseja comemorar a data, mas almeja que a natureza seja preservada e comemorada todos os dias. A população precisa conscientizar-se sobre a importância da correta gestão e encaminhamento final dos resíduos sólidos. Isso é fundamental para a proteção e salubridade e meio urbano, bem como dos biomas, ecossistemas e da saúde pública.
O programa Lixão Zero, lançado em 2019 pelo Ministério do Meio Ambiente, e a sanção do Marco Legal do Saneamento Básico, ocorrida em 2020, viabilizam o que, até pouco tempo atrás, parecia inviável: a construção de 500 aterros sanitários regionais em todo o País. Mas para o êxito da preservação é fundamental que haja a consciência da população e dos governantes sobre o papel dos aterros sanitários e os danos ambientais causados pelos lixões.
O aterro sanitário é uma obra de engenharia desenvolvida para receber e processar os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ou comumente chamado lixo urbano, destinando de modo adequado restos de alimentos, plástico, vidro, metais, papel, papelão, metal, eletrodomésticos etc. Por meio do "Conceito Aterro Zero Desperdício", há uma otimização na destinação final dos resíduos, com capacidade de tratamento de efluentes, logística reversa, geração de energia pelo biogás e reciclagem, dentro dos preceitos da economia circular.
A operação dos aterros oferece soluções tecnológicas mais adequadas à realidade do Brasil, quando pensamos na vasta extensão territorial, mas, infelizmente, o País ainda está muito atrasado nesse sentido, com cerca de 60% dos resíduos produzidos ainda indo para lixões."
Os lixões, que muitas vezes são disfarçados de aterros controlados, como são comumente chamados, como forma de mascarar os danos ambientais, são locais onde a destinação final ocorre de maneira desordenada e sem tratamento, causando prejuízos ambientais e à saúde das pessoas.
Queremos demonstrar às empresas, governantes e sociedade a importância da correta destinação dos resíduos, desde a geração até a disposição final. Difundir esclarecimentos sobre a sustentabilidade econômico-financeira do setor, possível graças ao programa Lixão Zero e ao Marco Legal do Saneamento Básico. No site e nas redes sociais da Abetre, estão disponíveis informações sobre a correta destinação de resíduos.
O Atlas Brasil da Destinação Final mostra a triste realidade brasileira. Nós, de maneira individual e/ou coletiva podemos mudar o status. Depende apenas e tão somente da população. Temos de exercer a cidadania e fazer o certo. Temos de destinar nossos resíduos de modo correto e incentivar que o nosso vizinho faça o mesmo. É preciso cobrar das autoridades o correto destino dos resíduos.
Construímos o MTR (Manifesto de Transporte de Resíduos), ferramenta criada pela Abetre e disponibilizada como política pública, por meio do SINIR/Ministério do Meio Ambiente; trabalhamos firmemente na erradicação dos lixões. Estamos nos empenhando para que a população possa respirar melhor, ter sua ampla cadeia sanitária de maneira adequada. Nós participamos da construção do Brasil possível e desejado e não encontramos razão para manter mais de 3.200 lixões espalhados por todo o território nacional. A melhor comemoração do Dia do Meio Ambiente é tornar o País sustentável.
* Luiz Gonzaga Alves Pereira é Presidente da Abetre (Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes.